segunda-feira, 30 de junho de 2008

CLARICE FOTOBIOGRAFIA


Na tradicional visita a livraria deparei-me e de imediato me apaixonei com o livro "Clarice Fotobiografia", trata-se de uma maravilhosa fotobiografia de Clarice Lispector, organizada por Nádia Batelle Gotlib, professora da USP e reconhecida como uma das maiores especialistas na obra de Clarice Lispector. O livro possui cerca de 800 imagens da escritora, com anotações, trechos manuscritos de obras, documentos pessoais, cartas que Clarice escreveu e recebeu, capas de seus livros, depoimentos de parentes e amigos e reproduções de entrevistas que concedeu. Esse livro já faz parte do meu acervo e a cada página é uma viagem no tempo e no universo mágico e inteligente dessa escritora sempre desafiadora e provocadora em suas reflexões. Recomendo, pela sensibilidade e pela história de vida.
Dentre tantos, um trecho marcante, pela saudade:
"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."
Clarice Lispector nasce em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1.920, tendo recebido o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Faleceu, no Rio de Janeiro/RJ, no dia 9 de dezembro de 1.977, um dia antes do seu 57° aniversário.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

27 DE JUNHO DE 2.008 - CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE GUIMARÃES ROSA


Seria uma falta muito grave, gravíssima, deixar passar em brancas nuvens o Centenário de Nascimento de João Guimarães Rosa, mineiro e, conseqüentemente brasileiro, que cabe as maiores luzes pelas sensíveis revelações sobre o sertão e os sertanejos. Há um amigo "Sem Limite" que tem o livro "Grandes Sertões Veredas" como seu livro de cabeceira e de leituras diárias. Exemplos a serem seguidos.

Escreveu Guimarães Rosa:

"Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens."


João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) a 27 de junho de 1908 e era o primeiro dos seis filhos de D. Francisca (Chiquitinha) Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, mais conhecido por "seu Fulô" comerciante, juiz-de-paz, caçador de onças e contador de estórias.


BIBLIOGRAFIA:

- Magma (1936), poemas. Não chegou a publicá-los.
- Sagarana (1946), contos e novelas regionalistas. Livro de estréia.
- Com o vaqueiro Mariano (1947)
- Corpo de Baile (1956), novelas. (Atualmente publicado em três partes: - Manuelzão e Miguilim, - No Urubuquaquá, no Pinhém e - Noites do sertão.)
- Grande Sertão: Veredas (1956), romance.
- Primeiras estórias (1962), contos.
- Tutaméia:Terceiras estórias (1967), contos.
- Estas estórias (1969), contos. Obra póstuma.
- Ave, palavra (1970) diversos. Obra póstuma.

Colaborações em jornais e revistas:- Colaborou no suplemento "Letras e Artes" de A Manhã (1953-54), em O Globo (1961) e na revista Pulso (1965-66), divulgando contos e poemas.



segunda-feira, 23 de junho de 2008

PLANETA TERRA - NOSSA MORADA


Após um domingo na praia com sol, àgua e observando por todos os sentidos a beleza deste Planeta Terra, a Gaia, às vezes, ou muitas vezes, tão maltratado, dei-me conta, mais uma vez que entre o Sol e a Lua, já aqui celebrada, há o planeta Terra e este não poderia deixar, em hipótese alguma esquecido, e coube então lançar fortes luzes para este plano na canção Estrelada, que me foi apresentada por um grande Amigo e que sempre vem à mente para revelar o quanto é essencial cuidar, com um carinho especial, desta nossa casa:


"És menina do astro sol, / És rainha do mundo mar / Teu luzeiro me faz cantar Terra, Terra és tão estrelada / O teu manto azul comanda / Respirar toda criação / E depois que a chuva molha / Arco-íris vem coroar / A floresta é teu vestido / E as nuvens, o teu colar / És tão linda, ó minha Terra / Consagrada em teu girar / Navegante das solidões / No espaço a nos levar Nave mãe e o nosso lar / Terra, Terra és tão delicada / Os teus homens não tem juízo / Esqueceram tão grande amor / Ofereces os teus tesouros / Mas ninguém dá o teu valor / Terra, Terra eu sou teu filho / Como as plantas e os animais / Só ao teu chão eu me entrego / Com amor, firmo tua paz." Estrelada - Milton Nascimento

sábado, 21 de junho de 2008

VIOLA E SEUS ENCANTOS E CANTOS

Se a gente prestasse mais atenção na nossa música brasileira, caia nos braços e na magia da viola, seja de um Almir Sater, de um Roberto Corrêa, de um Ivan Vilela, de um Pena Branca, de um Boldrin, de um Pereira da Viola, de um Renato Teixeira e por gente aí do mesmo naipe vai ficar encantado como eu fique, por isso um "pinicadinho" de Viola:

"Jogaram a viola no mundo / Mas fui lá no fundo buscar / Se eu tomo a viola Ponteio! / Meu canto não posso parar Não!...Quem me dera agora / Eu tivesse a viola / Prá cantar, prá cantar / Ponteio!... Ponteio - Edu Lobo

BARDOLATRIA


SIMPLEMENTE IMPRESCÍDIVEL, SHAKESPEARE É CADA VEZ MAIS FASCINANTE:

Segundo Bloom, a bardolatria, a devoção a Shakespeare, deveria tornar-se uma religião secular mais do que já o é. Isto porque, através de sua obra, Shakespeare não apenas representou, mas efetivamente inventou o homem. A capacidade de evolução por uma relação consigo mesmo, e não com Deus ou deuses, a habilidade em mergulhar na difícil e desafiadora viagem do autoconhecimento pela reflexão têm início na obra de Shakespeare.

A LUA


"O sol se foi sem pressa, Deixou o sol quase sem luz, Até que veio outra estrela, Brincar com meus olhos nus, Não soube a resposta certa, Assim meu coração me traduz, Meu coração de poeta, Guardei nem sei mais onde pus, A lua é uma porteira aberta, Planície de prata onde eu me perdi, Secreta foi a serenata,Saudade maltrata, Jamais te esqueci."

Planície de Prata, Almir Sater

CD: 7 Sinais

AINDA FERNANDO PESSOA, SEMPRE


O meu poeta predileto é Fernando Pessoa. Li Pessoa em dois momentos distintos. A primeira fase foi na adolescência, a segunda fase é na atualidade, quase todos os dias, com um novo olhar, mais maduro desvendando os mistérios por trás das palavras.

O SOL - ASTRO REI


"Todo dia o sol levanta a gente canta / Ao sol de todo dia / Fim da tarde a terra cora / E a gente chora Porque finda a tarde" Caetano Veloso

FERNANDO PESSOA - "O ESTRANHO ESTRANGEIRO"


"Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: “Navegar é preciso; viver não é preciso“. Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça." Fernando Pessoa

MAR - ELEMENTO ÁGUA



"MAR


De todos os cantos do mundo / Amo com um amor mais forte e mais profundo / aquela praia extasiada e nua, / Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Cheiro a terras árvores e o vento / Que a Primavera enche de perfumes / Mas neles só quero e só procuro / A selvagem exalação das ondas / Subindo para os astros como um grito puro"


Autora: Sophia Mello B. Andresen